A Solenidade de Maria, Mãe de Deus, está intimamente ligada ao título de Theotokos (Mãe de Deus) atribuído solenemente a Maria pelo Concílio de Éfeso no ano de 431. Essa solenidade é a primeira festa mariana que surgiu na Igreja Ocidental. Diante desse grandioso título, poderíamos perguntar: Como pode Deus ter mãe? Sobre isso nos ensina São Cirilo de Alexandria: "Dir-se-á: a Virgem é a mãe da divindade? Ao que respondemos: o Verbo existe desde toda a eternidade, e foi gerado pela própria substância de Deus Pai, mas se fez carne e nasceu de uma mulher."
Jesus, Filho de Deus, nasceu de Maria. É esta sublime e exclusiva prerrogativa que faz com que Maria tenha todos os títulos de honra que lhe são atribuídos. O próprio Cristo sugere que além de Mãe de Deus, Maria possuía também uma santidade pessoal: "Uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram!”. Jesus replicou: “Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a observam!” (Lc 11,27-28.).
Fazendo eco às palavras de Cristo, a Constituição Dogmática Lumen Gentium (56) nos ensina: “Maria, filha de Adão, consentindo na palavra divina, tornou-se a Mãe de Jesus, e abraçando com generosidade e sem pecado algum a vontade salvífica de Deus, consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e obra de seu Filho, servindo ao mistério da redenção sob a sua dependência, e com ele, pela graça de Deus onipotente”.
Junto à Solenidade de Maria, Mãe de Deus, desde o ano de 1968, no dia 1 de janeiro, a Igreja Católica celebra também o Dia Mundial da Paz, com o propósito de dedicar o Dia do Ano Novo civil à reflexão e oração pela paz. Essa comemoração foi estabelecida pelo Papa Paulo VI e desde aquele ano, o Papa envia aos chefes das nações e a todas as pessoas de boa vontade uma mensagem convidando à reflexão sobre o tema da paz. Recordemos então nessa data tão especial que foi o “Sim” de Maria que tornou possível ao Pai realizar sua promessa divina enviando-nos seu Filho único, onde está a vida e a plenitude da paz.
Texto: Diácono Edilson da Costa