O Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Curitiba (PR), celebra 54 anos nesta quinta-feira, dia 29 de junho. A construção foi inaugurada em 1969, pelos Missionários Redentoristas que até hoje administram o templo religioso.
Ao longo dos 54 anos, o Santuário Perpétuo Socorro acolheu milhares de fiéis e devotos. Desde então, são muitos os relatos de graças alcançadas e os testemunhos de fé e devoção popular.
Como surgiu a Construção do Santuário
Na década de 1960, os Missionários Redentoristas desejavam construir um Santuário no coração de Curitiba em honra a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com o objetivo de tornar mais fácil o acesso e encorajar a participação dos devotos nas novenas.
No mês de abril de 1960, os dois primeiros redentoristas chegaram a Curitiba para iniciar seu trabalho missionário. Na ocasião, foi oferecido e aceito provisoriamente a Capela de Nossa Senhora da Glória, localizada na Avenida João Gualberto, que havia sido construída em um terreno particular pertencente à tradicional Família Leão.
Devido à grande quantidade de fiéis e devotos durante os anos de 1964 e 1965, a frequência das novenas tornou-se tão intensa que a Prefeitura sentiu a necessidade e decidiu interromper o trânsito na avenida João Gualberto.
No dia 12 de dezembro de 1965, o prefeito Ivo Arzua apresentou à Câmara dos Vereadores de Curitiba o projeto da igreja atual, elaborado pelo arquiteto e engenheiro Kozo Kassai. Atendendo ao pedido dos Missionários Redentoristas, o projeto tinha como objetivo criar um espaço amplo, sem colunas, proporcionando visão desobstruída do altar de qualquer lugar do interior. O resultado foi uma igreja de arquitetura ousada e original, que se tornou uma estrutura icônica na cidade de Curitiba. Em 29 de junho de 1969, a atual Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi inaugurada. Com a abertura da nova igreja, a pequena Capela da Glória foi devolvida aos cuidados da família Leão.
Início das Novenas
A Novena Perpétua ao ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro nasceu por volta do ano de 1922, na Paróquia Santo Afonso, na cidade de St. Louis, Missouri, Estados Unidos, pelo redentorista Pe. André Brown. A partir de então, a devoção tornou-se conhecida e foi levada para vários países, principalmente através dos Missionários Redentoristas. Essa devoção, entretanto, vem desde 1866, quando o papa Pio IX entregou o ícone do Perpétuo Socorro aos Redentoristas, pedindo que tornassem Nossa Senhora do Perpétuo Socorro conhecida no mundo todo. No Brasil, a expressão mais importante da devoção mariana é a celebração da Novena Perpétua, em estados, paróquias e comunidades. Em Curitiba, as tradicionais novenas acontecem, ininterruptamente, desde o início da década de 1960, com apenas oito pessoas, na Capela da Glória, na Avenida João Gualberto. O número de fiéis foi crescendo e, nove anos depois, foi construído o atual santuário, que atrai milhares de devotos anualmente. A novena em honra a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro faz parte não só da história do bairro Alto da Glória, mas de toda a cidade. Semanalmente, são realizados no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 33 horários de Missas e 17 horários de novenas.
O encontro transformador: A experiência de Vinícius Gasparini no Santuário que mudou sua vida
O devoto Vinícius Gasparini esteve presente na Missa de inauguração do Santuário e conta em detalhes como foi esse momento especial: "Em junho de 1969, tive a felicidade de participar da primeira missa celebrada no Santuário pelo então Arcebispo Dom Manuel da Silveira d'Elboux e co-celebrada por Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, Bispo Auxiliar, sendo o pároco o Pe. Guilherme Small, CSsR. Mas eu estava muito interessado na festividade, havia muita gente. Eu estava acompanhado de minha falecida mãe, minha tia Lurdes e minhas primas, Elizabeth e Beatriz, já que íamos sempre juntos nas novenas na capela da Glória. Hoje, recordando, lembro-me de ter dito para minha mãe que gostei mais daquela igreja do que a de São Cristóvão, na Vila Guaira, próxima da minha casa, onde íamos às missas. Tanto assim que passei posteriormente a frequentar o santuário nas novenas desde 1970, acabei como leitor, comentarista, participante da música, comunicação (fundamos a Pascom), participei da construção do estúdio, montamos rádio, TV, Jornal, Folha do Perpétuo, revista e CAEP. Contribuímos para a construção do Centro Redentorista e incorporamos imóveis ao nosso acervo do Santuário, incluindo a Capela de São José."
Vinícius Gasparini afirma que aquela missa mudou, com certeza, a sua vida. "Ao olhar o Ícone sobre o altar, que ainda está lá hoje, fiquei muito apaixonado pelo olhar de nossa querida mãe. Lembro-me de ter ficado muito tempo olhando para o Ícone, e aqueles olhos com certeza me enviaram uma mensagem: 'venha comigo', e eu vim. Até os dias de hoje, mesmo depois de tanto tempo, sempre que olho para o Ícone, não consigo segurar minhas lágrimas. É maravilhoso estar no Santuário de nossa querida mãe."
